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sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Capítulo 8 - O despertar

O despertador ecoou em meus ouvidos, levanto da cama num pulo, o quarto estava uma bagunça, livros e cadernos jogados pela estante do computador, minha guitarra e meu violão jogados num canto quase esquecidos, pôsteres de bandas de metal espalhados pela parede. Há anos não havia tido um sonho tão estranho, essa ideia de apocalipse zumbi sempre mexeu com minha cabeça, mas quando eu era apenas um garoto, agora com vinte e um anos, esse pensamento se tornou meio esquecido na minha mente, sentei na cama sem entender o real motivo de ter sonhado algo que era meu sonho de adolescente, seria isso um sinal? Um sorriso brotou em meu rosto ao pensar na ideia.
- Seria bom se fosse verdade, mas chega de pensar em coisas que não existem, preciso trabalhar.
Mal sabia eu que me arrependeria amargamente de ter dito isso, me deu um alívio ao ver meu pai e minha mãe, visto que os eventos utópicos da noite anterior mexeram comigo, foi tudo tão real, eu quase consegui sentir aquelas dores angustiantes, as mutações grotescas e o medo de perder meus amigos, os dois sorriram ao me verem e me deram bom dia. O tempo passou, e com isso vieram às responsabilidades, trabalho e faculdade, via meus amigos da época de escola apenas nos finais de semana, mas mantínhamos contato pela internet diariamente, alguns se afastaram, outros se mudaram, mas os que permaneceram considero irmãos.
Despedi-me dos meus pais e parti para mais um dia de trabalho, eu trabalhava há um tempo em uma imobiliária, pois precisava pagar a faculdade, e era o que tinha na época para me manter.
Eu mantinha o mesmo cabelo despenteado de sempre, e agora uma barba média, o que combinava com meus olhos verdes e escondia um pouco da minha timidez, o jeans casual de sempre junto com um tênis e camiseta polo básica, tudo o que me tornava mais um cara normal em meio à sociedade.
O dia passou rápido, finalizei meus afazeres e fui pra casa me preparar pra ir pra faculdade, eu cursava Biologia, um sonho antigo que estava realizando depois de muito tempo, sonho esse que seria interrompido num banho de sangue. Peguei o ônibus e segui até São José do Rio Preto, cidade ao lado da minha cidade natal, Bady Bassitt. Era noite de sexta feira e após uma semana cansativa tudo que eu queria era me reunir com meus amigos após a aula e jogar conversa fora e beber em algum bar esquecido por ai. Como sempre fui recebido pelos meus amigos José, Renan, Paula, Lucas, Marlon e Maria, amigos esses os quais eu tenho mais contato e intimidade.
- E ai Douglas, vai dormir na aula de novo? – disse Paula em tom de gozação.
- Eu estou dormindo desde manhã, não vai ser novidade dormir na sala hoje – disse a ela sorrindo.
Ao contrario do que eu disse, dessa vez não dormi, algo estava me incomodando desde que desde que cheguei à faculdade, uma sensação de que algo estava errado, e muito errado, quase não consegui prestar na aula.
- Cara, você tá bem? – Disse José percebendo minha falta de interesse na aula – Só fica ai rabiscando nesse caderno.
- Eu estou bem Zé, apenas meio cansado – eu não estava nada bem, eu realmente não havia me recuperado mentalmente daquele sonho maluco.
Chegou a hora do intervalo, saímos da sala e fomos pra um canto ao lado da faculdade conversar, como sempre fazíamos. No final da rua onde estávamos uma sombra surgiu, parecia ser uma mulher, estava tendo espasmos e seu corpo tremia todo, José percebendo aquilo disse.
- O que será que deu nessa doida? Vou lá ver o que tá acontecendo.
Ele correu até ela e eu percebendo aquela movimentação estranha fui atrás dele.
- Moça, tá tudo bem? – disse ele se aproximando e tocando seu ombro, ela se virou rapidamente.
Ao ver o rosto daquela mulher eu dei um passo para trás e tropecei, estava muito escuro e eu não conseguia ver direito, mas aquela sensação que senti ao chegar lá hoje se confirmou.
- José!!! Não!!! – Eu grito me afastando.
Tarde demais.
Em meio aos dentes daquela mulher havia pedaços de carne e tecidos, tudo isso misturado com muito sangue, no seu pescoço havia ranhuras e uma marca enorme de mordida e havia sangue por todo o seu corpo. Com sua mandíbula estalando ela tenta conseguir seu prêmio, o pescoço de José, em um movimento grotesco e atrapalhado que seria engraçado se não fosse custar à vida de meu amigo, tentativa essa que foi em vão, sempre com alguma comida na mão, José enfia seu sanduiche na boca podre daquele monstro, cheguei a tempo de puxá-la de cima dele e com um chute deslocar seu maxilar.
- Vamos sair daqui!!! Agora!!! – eu digo ajudando ele a levantar.
- Cara, essa vadia tentou me morder!!! – José estava completamente transtornado.
- Não vamos dar outra oportunidade a ela – digo isso me virando em direção aos meus amigos que estavam olhando assustados.
Atrás de nós o caos já estava instalado, uma aglomeração de alunos se formou na frente da universidade, alguns infectados já haviam descoberto o banquete que os esperavam la dentro, a correria e o empurra-empurra tomou as ruas, nos afastamos para evitar o choque com aquela multidão de pessoas desesperadas. Corremos pra uma rua escura, olhando para meus amigos e vendo o desespero em seus olhos, eu sabia que a vida deles mudaria pra sempre, e que talvez todos os seus sonhos, esperanças e metas seriam despedaçados. Mas tínhamos uma arma muito poderosa, um ao outro, e iriamos fazer o possível pra passar por tudo aquilo juntos, e o mais importante, vivos. A rua estava deserta, e até o final dela, que terminava em uma grande avenida, não vimos ninguém.
- Precisamos nos movimentar longe da avenida, ainda não sabemos que proporções isso tomou, e nem o que pode ter transformado elas nesses monstros, fiquem atentos às áreas escuras e permaneçam perto de mim – eu disse tentando acalmá-los.
- Mas nossas coisas ficaram todas em nossas bolsas – disse Renan.
- Não podemos ficar aqui agora, daremos um jeito de voltar pra recuperar nossas coisas – digo isso sem saber se estaríamos vivos até la.

Seguimos aquela rua que era duas ruas acima da avenida, paralelamente a ela e decidimos procurar algo que pudesse nos proteger. Encontramos uma casa com o portão aberto e devagar, resolvemos entrar. A casa parecia ser de uma família de classe alta, o portão era todo fechado e tinha uns dois metros e meio de altura, cercado por uma cerca elétrica, a casa possuía dois andares e logo na entrada percebemos que havia alguém la dentro, segui na frente e ao colocar o pé no degrau da escada que dava acesso a porta, um disparo, tudo ficou escuro.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Capítulo 7-Sorte


Sempre Acreditei que pudesse fazer algo de bom um dia, ajudar as pessoas pra mim era o essencial na vida de todos, agora com tudo isso acontecendo, e eu me tornando um monstro a cada dia que se passa, eu já não sei se posso mais ajuda-los, talvez fosse melhor sumir, antes que eu pudesse ferir algum deles.A morte de meu pai esta me corroendo, eu não pensei que um dia ele morreria, e não pensei também que fosse pelas minhas mãos, mas se eu os abandonasse agora, o que seriam deles, o que eu tenho de humano ainda me impede de fazer isso, e vou protege-los até o fim, pois foi isso que prometi a mim mesmo, nem que eu morra por isso.
- Guilherme, vamos até sua casa -eu digo- ela esta mais perto.
A casa de Guilherme ficava na rua ao lado da minha, uma casa simples, com um portão vermelho e a fachada amarela, a rua estava deserta, de longe se ouvia alguns gritos de pessoas, ou zumbis, não se sabia ao certo.Ao chegar a casa, Luiz, Chuck, Guilherme e Lucas ficaram protegendo as três meninas enquanto fomos vasculhar a casa.Entrando dentro da casa Eu e Thales nos deparamos com um pequeno barulho vindo de trás do sofá, a casa estava toda revirada, igual a todas as outras casas, ao afastarmos o sofá, uma criaturinha pula pra cima de Thales que num pulo se joga no chão e desvia.Aquela coisinha era nada mais que o cachorrinho de Guilherme, Lupi, que talvez se escondeu quando tudo aconteceu e sobreviveu, ele me reconheceu e logo pulou no meu colo.Não havia sinal da irmã e mãe de Guilherme, olhando na cozinha,encontramos um bilhete de sua mãe dizendo que ela havia ido procurar a base eu um pedido de desculpas por te-lo abandonado, pois achava que ele estaria morto e encontramos mais alguns suprimentos e saímos.Ao ver seu cãozinho os olhos de Guilherme se enchem de lagrima, o cachorro pula de meu colo e corre até ele.
-Lupi, você sobreviveu, como encontraram ele? – diz Guilherme.
- Ele estava atrás do sofá, cachorrinho esperto - Diz Thales sorrindo.
Guilherme leu o bilhete e achou a decisão de sua mãe a mais certa, agora ele estava rezando pra que ela e sua irmã estivessem bem.
Quando estávamos preparados pra ir a próxima casa, um barulho me chamou a atenção, na rua ao longe eu vi algo se movendo, era tão rápido que nem minha visão conseguia acompanhar direito, das suas mãos saiam umas espécies de laminas e o bicho vinha na nossa direção.
- Rápido Thales, me passa seu rifle- Eu grito.
-Mas Douglas, não tem nada ali- ele diz.
-AGORA- eu grito ainda mais alto.
Ele joga seu rifle, num movimento eu pego e aponto pra coisa, tarde demais, o sangue jorrando no chão, um grito abafado, e meu braço cai no chão, junto com o rifle que dispara e quase acerta Carol.
-AHHHHHH, meu braço, merda, AHHHHH – agonizando no chão e rolava de um lado pro outro e o sangue não parava de jorrar.
Luiz empunha sua espada, mas era difícil acompanhar os movimentos daquela criatura, Chuck e Lucas começam a atirar, porem sem sucesso, não acertavam um tiro se quer. Carol, Eloísa e Mariane correm pra me ajudar, a dor estava me consumindo, rasgando a manga de minha camiseta, elas amarram no antebraço, pois perdi tudo abaixo do cotovelo.Misturando a pólvora de algumas cápsulas de munição, Mariane faz uma espécie de tocha utilizando um pedaço de madeira que estava no chão e um lenço que tira de sua bolsa.Pronta pra cauterizar a ferida pra parar o sangramento, algo chama a atenção dela, o meu braço no chão estava se movendo, ela com cuidado se aproxima dele e o pega com uma pano na mão.
-Ma...Ma...riane, aproxime ele de mim – eu digo quase desmaiando, pois havia perdido muito sangue.
Eu sentia minhas veias pulsando, a sangue quente, meu tecido corporal estava de alguma forma se regenerando, ao aproximar meu braço da ferida, ele logo começa a se juntar ao tecido, a dor foi sumindo aos poucos e meu braço estava voltando ao normal, eu ainda não entendia, talvez o vírus tinha um alto poder regenerativo.Eu ainda estava fraco, não conseguia ficar em pé, porem ainda conseguia acompanhar os movimentos daquela coisa, que parecia estar brincado com os garotos, pegando minha espingarda, eu respiro fundo e miro, um cartucho vai ao chão, devido a sua baixa resistência, a perna da criatura se despedaça, caindo ao chão ela começa a se arrastar, um barulho agudo da lamina de Luiz é ouvido, em rápidos movimento ele corta toda a criatura que gritando de dor vai ficando mais lenta, ele então desfere o golpe final que arranca a cabeça da coisa.A cada ferimento que eu recebia eu ganhava algum tipo de habilidade nova, agora eu conseguia me mover tão rápido quanto o vento, o que seria bem útil daqui pra frente.
-Meu deus, o que foi isso? – Fala Lucas ainda se recuperando.
-Eu não sei, mas ela quase matou o Douglas, você ta bem cara? – pergunta Carol.
- Eu to bem, achei que ia ficar sem braço, e não me perguntem como estou com ele de volta – eu falo.
O relógio marcava duas horas da tarde, Luiz preferiu não ir a sua casa, pois estava sozinho e sua mãe estava fora, Mariane também não quis ir ver sua casa, ela não agüentaria ver sua família morta, ou talvez infectada, como as outras casas eram do outro lado da cidade, ficou mais fácil pra vasculharmos e depois tentar sair da cidade, eu ainda tinha esperanças, motivos pra acreditar que tudo ficaria bem, se Deus realmente existe ele havia nos abandonado a própria sorte.Subindo a rua e chegando a um ponto de ônibus, encontramos uma caminhonete parada e com as chaves no contato, Guilherme agora com seu cãozinho sempre ao seu lado vê alguns zumbis surgindo de todos os lados, formamos uma barreira e começamos a derrubar um por um enquanto Luiz tentava ligar o carro.
-Mais rápido Luiz, eles são muitos, como esses merdas surgem do nada!!! – Gritava Chuck colocando um novo pente em suas pistolas.
-Eu estou fazendo o máximo, tenham calma- ele grita.
Mesmo com toda aquela força e rapidez Eu não estava conseguindo conte-los, eles não paravam de aparecer.
O ronco do motor fez com que nossos corações parassem de bater tão rápido, todos correm e sobem na traseira enquanto eu vou à frente com Luiz no volante, ele arranca a caminhonete passando por cima de qualquer infectado que aparecesse, talvez agora a sorte esta do nosso lado, por enquanto.Agora nos locomovendo mais rápido, chegamos a delegacia pra pegar a munição que havíamos deixado, pois enchemos nossas bolsas e ainda sim não ela não tinha acabado, levando tudo as pressas até o carro pois alguns zumbis ainda apareciam na rua, pegamos tudo o que conseguimos e algumas pistolas, metralhadoras e rifles de reserva e saímos em disparada novamente, a caminho da casa de Carol, agora estávamos um pouco menos preocupados, tudo estava indo bem, até o radio da caminhonete que era de uma empresa de telefonia começa a receber uma chamada, minha expressão pálida é vista por todos ao ouvir aquela voz.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Capitulo 6-Esperança

Chuck Engatilha suas Glock e dispara sem dó contra a criatura, que solta Eloísa que por sorte cai em um monte de lixo, o que amorteceu sua queda.
Do alto do telhado meus olhos se encheram de lágrimas, ao ver que aquela criatura era meu próprio pai.Todos reconheceram o semblante misterioso e também ficaram horrorizados, mas ao mesmo tristes por mim.
- Douglas, ele não é mais seu pai, temos que fazer algo - diz Luiz.
-Cala a Boca, ou eu te mato aqui mesmo, você não sabe de nada, você não entende-Eu digo ainda lacrimejando.
Como pode ser possível meu pai ter se transformado em uma criatura também? E a diretora? Se tivermos uma ligação eu teria que descobrir, mas matar meu próprio pai seria demais pra mim.
Seus olhos vermelhos me olhavam, parecia que ele me reconhecia, mas no mesmo momento em que eu vi meu pai ali na minha frente, tudo foi desmoronando quando ele partiu pra cima de mim, já não era mais ele, e na minha frente eu tinha um inimigo, talvez não fossemos tão diferentes assim, na verdade eu estava com medo de mim mesmo, medo de ferir as pessoas que eu amo, medo de não resistir aos meus instintos.
Usando suas garras enormes, das quais saiam de suas asas e de uma espécie de pata com três dedos, ele desfere um golpe e crava suas unhas em meu peito, fazendo com que minha camiseta se despedace e um grande ferimento se abra.Eu caio no chão urrando de dor.
Lucas salta pra cima de um carro e empunhando seu rifle Winchester e começa a atirar. Seus olhos mostravam o quanto ele estava assustado, mas ao mesmo tempo a coragem o dominava ao me ver ali no chão, ferido.
-Você pode acabar com a casa do meu amigo –Diz ele – mas você não devia ter machucado ele.
O cheiro de pólvora no ar e agudo barulho dos cartuchos atingindo o chão, a cada disparo a criatura parecia ficar mais lenta, Lucas descobriu seu ponto fraco, as asa dela agora rasgada a faz subir mais alto e tornar impossível a mira de Lucas acerta-lo, ele corre pra perto das garotas, a fim de protege-las. Thales se abaixa e apóia sua arma em uma lixeira, o suor escorrendo pelo seu rosto, ele respira fundo e atira, no peito daquela coisa.Thales estava calmo naquele momento, a única coisa que se passava em sua mente era rever sua família, ele estava mantendo o auto-controle.
Num grito muito alto a criatura rodopia e começa a vir de encontro ao chão, talvez uma queda pra morte, seria o fim de meu querido pai, alguém no qual eu sempre me espelhei, e naquele momento a ferida aberta em meu peito já nem doía mais, e sim meu coração, eu não agüentaria ver mais ninguém que eu amo sofrer.Pelo barulho dos tiros mais e mais zumbis apareciam, com um estoque quase ilimitado de munição, Guilherme e Thales os mantinham a distancia, era um problema a menos para nos preocuparmos.
Uma grande rachadura é aberta no chão, o pesado corpo daquela coisa, que agora tinha o triplo do tamanho de um ser humano normal, faz um barulho assustador ao atingir o chão. Pensando que estava morta, Luiz se aproxima e é surpreendido por um movimento repentino do monstro que o derruba, segurando-o, sua garras prestes a rasgar-lhe o pescoço.
-Alguém me ajuda, ele.. vai.. me matar - Diz ele sufocado.
O sangue já escoria de seu nariz, seus dentes rangendo pela força que estava fazendo, algo inútil, visto que a força de meu pai agora nem se comparava com a dele.
Ignorando o quanto eu estava fraco eu me levanto e agarro os braços da criatura, tentando impedir que meu amigo fosse morto.
-Lucas, Chuck, me ajudem, eu não vou segurar por muito tempo- Eu grito.
Lucas Entrega sua arma pra Eloísa, e pega seu taco de Basebol, Chuck tira da perna suas duas facas militares, e correm em direção ao monstro, Lucas começa a golpear sua cabeça, sem sucesso. Chuck corta os tendões das pernas da criatura, que imobilizada por mim, nada podia fazer. Finalmente eu a solto, os meninos retiram Luiz de baixo dela, que agora não podia se movimentar.
-Mariane, me de uma a garrafa com o liquido negro- eu digo.
Ela me passa uma garrafa, retirando uma cápsula de minha Arma, eu despejo um pouco do liquido, que em contato com a pólvora se torna mais mal cheiroso ainda.Engatilhando minha arma, eu a coloco na cabeça do monstro.
- Eu não consigo fazer isso, é demais pra mim- eu digo soltando a arma e me ajoelhando no chão- porque isso tem que acontecer comigo, primeiro meu irmão, agora meu pai?
-Douglas, eu posso fazer isso se você quiser - diz Lucas.
- Não, ninguém pode fazer isso alem de mim – Eu falo.
Eu me levanto e empunhando a arma novamente a coloco novamente na cabeça da criatura. Meu dedo escorregando pelo gatilho, o coração batendo forte, naquele momento eu só queria desaparecer, morrer seria uma alternativa, mas eu não podia abandonar meus amigos, eu tinha que faze-lo, o monstro já não era mais meu pai. Antes de atirar eu vejo uma lágrima escorrer do rosto dele, ele parecia querer me dizer algo.Eu me aproximo com cautela e ele sussurra em meu ouvido.
- Sua mãe esta bem, me desculpe, não cometa o mesmo erro que eu, eu nunca me perdoei pelo que fiz a você, eu te amo meu filho, me mate antes que a coisa volte.
De alguma forma meu pai e a criatura pareciam compartilhar o mesmo corpo, e ele estava de volta pelo menos por uns instantes.
-O que você fez a mim, eu não entendo, onde esta a mamãe, por favor não me deixe pai- eu digo já não controlando mais as lágrimas.
- Vá até meu quarto, lá tem um mapa de uma base do exército, sua mãe esta em segurança, vá antes que seja tarde, você precisa sair da cidade, e seja o que for, não deixe esse monstro dentro de você tomar o controle, AGORA ME MATE, EU NÃO ESTOU CONSEGUINDO SEGURA-LO MAIS!!- diz ele se contorcendo.
-Eu te amo..., Pai....
Um tiro foi suficiente para que o cérebro dele se espalhe por todo lugar.Jogando minha arma no chão, num soco quebro tudo o que restara do muro de minha casa.Num forte abraço Carol tenta me consolar, eu estava sentindo uma angustia muito grande, eu não conseguia aceitar o que tinha acabado de fazer.Enfim eu mantenho a calma.
- A gente precisa sair daqui, meu pai tem razão – eu digo enxugando as lagrimas.
Entrando em minha casa eu pego um mapa na gaveta do criado mudo, o mapa tinha a exata localização de uma base secreta, no centro de São José do Rio Preto, uma cidade ao lado da nossa.
- Temos que nos preparar, vamos pra cidade grande – eu digo a todos.
- Você é louco, isso é suicídio – diz Thales parecendo assustado.
- Nossa única chance de sobreviver será chegando a essa base, la teremos os suprimentos e armamentos necessários pra nos abrigarmos - eu digo- o que eu fiz la atrás, foi um momento de raiva, vocês viram do que sou capaz, a menor demonstração de hostilidade de minha parte, eu quero que vocês me matem, não quero mais machucar ninguém, e Luiz, desculpe por te ameaçar.
- Não foi nada, eu não devia ter falado daquele jeito com você – Luiz diz com um sorriso sem graça.
- Douglas, agora sabemos que você esta infectado, mas enquanto você permanecer como nosso amigo, nós vamos lutar ao seu lado, até a morte – Diz Chuck.
Chuck me surpreendeu naquela hora, talvez ele fosse mais fiel do que eu imaginava.
Todos concordaram e ir até a base e saímos de minha casa, mas antes iríamos até a casa de cada um procurar por possíveis sobreviventes. O sol estava a pino, era meio dia, todos cansados andam rua acima, com o pensamento longe, o que seria de nós daqui pra frente, talvez nunca mais víssemos o sol novamente.Ao menos uma ponta de esperança brotava no coração de cada um, algo que eu quase perdi.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Capitulo 5-Revelação

De sua boca escorria sangue, os olhos vermelhos me chamaram atenção.
- Guilherme, sai de perto dela!!!, - eu digo tentando impedir.Um tiro é ouvido, a felicidade de Guilherme é cortada pelo crânio de sua namorada se partindo, Thales deu um tiro perfeito.Ele cai de joelhos, não acreditando no que estava vendo, o amor de sua vida agora inerte em seus braços, ele chorava desesperado tentando entender o que havia acontecido.
-Por favor, fique comigo, você é a unica que me fez sobreviver até agora-dizia ele-eu não vou conseguir sem você.
Quando vê Thales jogar sua arma no chão, parecendo triste pelo que acabara de fazer, ele pega sua arma e corre na direção dele, cego de ódio.
- Desgraçado, por que você fez isso, - diz ele com ódio no olhar – eu vou te matar.
Ele aponta sua arma pra Thales, a fúria consumindo sua alma e o deixando cegamente tomado pela raiva.Nesse momento eu já tinha chegado até ele, sua raiva era tanta que ele não me notou, fui pelas suas costas e bati com a coronha da arma em sua nuca, ele cai desacordado.
- Peguem ele e levem pra padaria, - eu digo.
Entrando na padaria tudo estava bagunçado, quando o vírus estourou, muita gente freqüentava a padaria em horário de aula, que agora estava deserta e sombria.A padaria era antiga, um grande salão, repleto de iguarias, no caixa estava a balconista morta e havia sangue por todo o lugar, e num canto uma escada que subia em espiral, talvez o local seria para o preparo de pães.Mortos de fome, pegamos tudo o que podíamos e fomos comer.O dia estava amanhecendo e todos cansados pegaram no sono.
A cada hora que se passava eu sentia aquilo em minhas veias, a vontade de matar era intensa, eu pensava que era preciso se transformar pra sentir tudo isso, eu ainda tinha consciência, mas já não era mais o mesmo
Eu consegui olhar no fundo dos olhos da namorada de Guilherme, e vi coisas que um ser humano normal não conseguiria ver, ao mesmo tempo que acenei pra Thales atirar, A mordida já estava cicatrizada, como um ferimento daqueles foi curado em tão pouco tempo, estou me tornando um monstro.
Eu acordo com um barulho, do alto da escada, um par de olhos me observavam assustados, aquele rosto não me era estranho. Empunhando minha espingarda, eu começo a subir, la em cima estava tudo escuro, quando acendo a luz uma mão espeta uma caneta em meu pé.
- Ai sua maluca, o que você ta fazendo, - eu digo pulando de dor.
Enquanto ela tenta sem sucesso me acertar de novo, eu a imobilizo usando uma corda.
- Você é um deles, me solta seu desgraçado, - diz a menina – seus olhos, eles estão vermelhos, logo você vai morrer.
- Mariane, o que você faz aqui e porque me atacou, - eu digo – seu eu te soltar promete que não vai tentar fugir e vai me explicar como chegou aqui?
- Primeiro eu te ataquei pra me defender, - diz ela – quando vi seus olhos achei que você era um deles, mas como você ainda esta vivo?
- È o que eu estou tentando descobrir, eu me sinto diferente, estou sofrendo algum tipo de mutação.
Mariane era uma garota com cabelos longos e negros, sempre um pouco retraída, ela gostava de ler e era muito inteligente, a sombra negra que envolvia seus olhos a deixavam com um olhar misterioso.Sempre usando roupas negras e as vezes o uniforme da escola, ela era muito simpática e naquele momento parecia estar em choque, pelo que havia acontecido.
Ela finalmente se acalma e começa a me contar como havia sobrevivido.
- Eu estava lendo perto dos bebedouros quando uma dessas coisas pulou em cima da gente, eu cai no chão, e ela começou a morder as meninas, eu fui me arrastando pra parte de trás dos bebedouros, eu achei uma garrafa de soda caustica e misturei com o refrigerante que estava tomando, quando aquela coisa veio eu joguei em seu rosto, e sua cabeça explodiu, ele deve ter tido algum tipo de reação.
- Mas como você saiu da escola? , - eu pergunto.
- Todo mundo estava gritando, havia sangue por todo lugar, e muitas daquelas coisas atacando os alunos e professores, eu comecei a correr, e alguém trancou a porta da sala dos professores antes de eu entrar, eu fui na sala dos diretores, mas havia alguém la dentro com ela e a porta estava também estava trancada, foi então que eu sai pela secretaria, jogando o liquido em todos que apareciam e quando cheguei na padaria ela estava vazia e eu subi aqui.
- Sua descoberta salvou nossas vidas, - eu digo – a diretora ia nos matar, se não fosse essa mistura maluca ai.
Nós descemos para acordar todos, ficaram felizes com a nova integrante do grupo.Guilherme não sabia o que havia acontecido, eu expliquei o que tive que fazer para que ele não fizesse besteira, e que Thales só atirou em sua namorada pra evitar que ele fosse infectado por ela.Ele parecia convencido, mas não totalmente, ele não demonstrava nenhuma expressão e eu fiquei triste ao ver sua situação.As meninas encheram suas bolsas com suprimentos e estávamos prontos pra sair de la, era muito arriscado ficar em um só lugar por muito tempo.Saindo a rua, formamos um circulo em volta das meninas, que estavam desarmadas e fomos andando, rua acima.
- Eu preciso saber o que aconteceu com minha família, - diz Luiz.
- Se formos ver nossas família vamos todos juntos, é arriscado nos separarmos, - eu digo.
Seguimos em direção a minha casa, a angústia que eu estava sentindo por saber que minha família poderia não estar bem era muito forte.Descendo a rua uma horda de zumbis nos encontrou, A cada disparo mais deles apareciam, ficamos encurralados na frente de um supermercado.Com aquelas coisas se aproximando Luiz saca sua espada, Chuck suas facas , Guilherme um soco inglês, Lucas um taco de Basebol e Thales uma uma barra de ferro que arrancou da tubulação da padaria.Eu já estava forte o bastante pra mata-los com apenas um soco. E la fomos, sem chamar a atenção e derrubamos um a um.
Chegando a minha rua, de algumas casas saia fumaça, de um fogo já extinto. O portão da minha casa estava aberto, mas o carro estava na garagem.Dos fundos da casa uma criatura sai correndo e na sua mão estava a cabeça de meu irmão.Tomado pelo ódio eu fui ao seu encontro.
-Nããããããããão, Desgraçadoooo!.
Meu irmão, alguém pelo qual eu devo muito, estava morto, vê-lo naquela situação me deixou transtornado, eu só pensava em destruir aquela coisa, com uma lagrima escorrendo de meu rosto eu ja não tinha mais consciência, eu estava totalmente fora de controle.
Eu quebro sua mandíbula em um soco e arranco seu coração do peito, parecendo um animal eu engulo seu coração ali mesmo, na frente de todos, que espantados me pareciam cobrar uma explicação.Eu volto a realidade, e os vejo petrificados de medo.
- Eu não queria que vocês descobrissem dessa maneira, - eu digo ainda cuspindo sangue – eu estou com medo do que estou me tornando, afastem-se de mim.
Dizendo isso eu pulo para o telhado de minha casa quando ouço um grito.Alguma coisa levou Eloísa, alguma coisa que voava.Aquela coisa pousou no telhado da casa vizinha e soltou um grito, com Eloísa ainda entra suas garras.O terror tomou conta de todos ao ver quem aquilo era.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Capitulo 4-Risco de vida

Aquela coisa era tão rápida que num só movimento joga Thales contra a parede que cai desacordado.Guilherme descarrega um pente de sua Mp5 naquela coisa gosmenta, o que parece não surtir efeito, ela solta um grito e avança ainda mais nervosa na nossa direção.
- Essa ai não é a diretora????, - diz Lucas espantado.
Aquela criatura estava com roupas todas rasgadas mas ainda dava pra ver que era o uniforme da escola.O nome da diretora era Silmara, uma senhora rígida e autoritária, que era odiada por vários alunos, mas que acredito que colocou a escola no rumo certo, uma escola que agora só servia de depósito de corpos.Se fosse possível ser a diretora, como ela sofreu uma mutação diferente das outras? Não era o momento certo pra se pensar nisso, visto que ela chegava cada vez mais perto, e que Thales estava indefeso a medida que mais daqueles zumbis entravam na escola.
- Chuck , contenha-os, não deixe eles morderem o Thales, - eu grito.
Sacando duas facas que ele achou no porão da delegacia ele parte pra cima dos zumbis, a lentidão dos cadáveres contribuiu para que Chuck fizesse uma chacina e artéria por artéria ele foi derrubando aquelas coisas mortas de fome.O sangue espirrando em sua face, ele gritava com toda a força de seus pulmões, e ao final para na frente de Thales, protegendo ele com suas pistolas. A criatura se alerta pela ação inesperada de Chuck e avança contra ele.Thales recobra sua consciência e num movimento saca seu rifle e dispara, certeiro entre os olhos da besta que vai ao chão aos pés de Chuck.
- Parece que ela queria defender os zumbis, - diz Guilherme – de alguma forma ela deve ser a mãe deles.
- Para de falar besteira, Chuck só representou um perigo maior e ela quis mata-lo, - diz Carol.
Mal terminamos de falar e a coisa se levanta novamente. De uma sala da escola surge um aluno que vem gritando com uma cadeira em mãos.Ele quebra a cadeira das costas da besta, que enfurecida arranca sua cabeça e a despedaça em suas mãos gigantescas, jogando seu corpo contra um pilar de pedra logo a frente.
- Esse ai era o Euclides?, - eu digo – pobre rapaz, não devia ter feito isso.Eu não havia entendido como ele conseguiu sobreviver a tudo aquilo, mas ele fez uma decisão errada, o que levou a sua morte.
Mesmo usando todo o armamento que tínhamos, parecia não ser suficiente pra conter a monstro que estava enfurecido e quebrando tudo pela frente, ele finalmente chega perto o bastante, num rápido movimento Eu empurro um barril que era usado como lixeira. Ela tropeça e a gente corre pro outro lado da escola.
- A gente não vai conseguir atrazar ela pra sempre, - grita Eloísa – ela esta vindo denovo.
- Mas é claro, como não pensei nisso antes, - eu digo – quando Thales atirou em sua cabeça parece que a machucou, todos mirem na cabeça e atirem, vamos acabar com isso logo.
Dando algumas pistolas que estavam em minha mochila para as meninas, a gente começou a disparar, cada tiro a deixava mais lenta e furiosa.
A todo momento eu pensava que poderia ter escapado em segurança da escola.Sinto essa coisa pulsando em minhas veias e queimando em meu corpo, tenho medo de contar a eles o que aconteceu, já não sei o porque de não ter virado uma daquelas coisas ainda.Antes de entrar na sala dos professores,aquele desgraçado mordeu meu braço.
Cada um de meus amigos me faz continuar vivo, lutar por pessoas que se importam comigo e que nunca me abandonariam, desde que isso aconteceu tenho pensado em minha família, o que terá acontecido com eles?. Tudo o que eu mais quero agora é voltar pra casa.
- Douglas, Douglas, - ouço uma voz – Você desmaiou, o que aconteceu??
Era Lucas me reanimando, devido ao vírus eu estava me sentindo estranho, meus sentidos estavam se aguçando, por que eu não me tornei um deles?.
- Acho que estou a muito tempo sem comer, - eu digo disfarçando – Cadê a criatura?
- Ela se escondeu na cantina, - diz Chuck – ninguém tem coragem de ir até la.
Eu me levanto e contando os passos vou até a porta da cantina, meus dedos escorregando no gatilho de minha arma, o suor escorrendo no rosto, eu atiro contra a porta.Tarde demais ela avança pra cima de mim, eu salto por cima de uma mesa e me agarro a suas costas.Minha arma caiu no chão, e eu mal estava conseguindo me segurar nas costas daquela coisa que não parava de pular.
- Ei você, segura isto, - diz uma voz não muito estranha – jogue nos olhos dela, agora.
O que eu recebi parecia ser uma mistura de um liquido mal cheiroso e negro contido em uma garrafa em spray. Quando disparo o jato em seus olhos, o bicho me arranca de suas costas e me joga contra a prateleira de doces. Ela começa a urrar de dor e a bater sua cabeça contra a parede.
O nosso herói desconhecido surge das sombras e num movimento com uma espécie de espada, parecendo ser uma katana, decepa uma das pernas no monstro que vai ao chão, ao mesmo tempo que sua cabeça explode e aquele liquido negro se espalha por todo o lugar.Era o fim da criatura e finalmente paramos pra descansar.
- Luiz, de onde você surgiu?, - eu digo – você salvou nossas vidas, como conseguiu sobreviver?
- Enquanto todos se preocupavam em correr e gritar eu pulei o muro da escola e fui parar numa casa, achei a espada grudada na parede, - diz Luiz – esse spray uma amiga que esta escondida la na padaria sã e salva fez pra mim, ela descobriu um ponto fraco deles.
Eu havia conhecido Luiz esse ano, um garoto que usava um topete parecido com o de Guilherme, era bem magro, seus olhos possuíam uma mutação interessante, um na cor verde, e outro na cor castanho, ele sempre nos fazia rir com suas brincadeiras e adora jogava jogos como a gente, ele parecia estar achando que tudo isso é um sonho.E quem sabe não é mesmo.
Olhando em volta do corpo no chão eu pude ver que se tratava mesmo da diretora.Ela não se transformou em um zumbi normal, aquela coisa tinha uns 3 metros de altura, nas costa grandes espinhos e da boca cheia de dentes pontiagudos saia uma língua imensa.A gente tinha que descobrir o por que dela ter se transformado naquilo, e rápido.
- Quantos sobreviventes tem la na padaria, - pergunta Eloísa.
-Só ela mesmo, - diz Luiz – a gente tem que ir pra la, por enquanto é o lugar mais seguro.
Pegamos nossas coisas e fomos até o portão da escola, algumas das criaturas estavam ao redor, mas as derrubamos sem problemas. A padaria ficava perto da escola, na rua havia pessoas que ainda estavam vivas, porém muito feridas e sem chances de sobreviver, usando nossas armas acabamos friamente com o sofrimento de cada uma delas.
Chegando a frente da padaria uma coisa chama a atenção de Guilherme.Ele vê um pessoa que parece ser sua namorada, num grito abafado e sufocado pelas lagrimas de felicidade, ele corre na direção dela.
-Ei, eu estou aqui, - ele grita – Sou eu.
A minha visão estava aguçada, o fato dela estar longe não me impediu de ver que havia algo de errado com ela.Tentando alcançá-lo a fim de impedir que algo de ruim acontecesse, eu corri o máximo que podia.
-Espera Guilherme, - eu grito correndo para alcança-lo – não se aproxime dela.
Tarde demais.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Capitulo 3-De Volta a Escola

Eu não queria acreditar no que estava vendo, câmeras de segurança espalhadas pela cidade nos davam a dimensão do problema, pelo monitor a gente acompanhou cada ponto, tudo estava morto e tomado por aquelas criaturas, a cidade estava infestada, seria impossível escapar com vida.A delegacia era pequena, nela havia espaço para carros apreendidos e uma garagem para dois carros da policia, e uma construção não muito grande, que abrigava poucas pessoas.

- A gente vai morrer!!, - gritava Lucas - aqui não tem nem armas pra nos defendermos.

- Cala a Boca, ninguém vai morrer aqui-eu digo.

Era inútil tentar acalma-los, eu já estava fugindo da realidade, estava com medo, mas não podia demonstrar, eu precisava ser forte pra tirar gente daquela situação.

Olhando embaixo do tapete, achamos um alçapão, eu fui o primeiro a entrar, estava escuro, eu acendi a luz e pra minha surpresa o delegado estava escondido, mas seu braço estava dilacerado e ele gritava desesperado.

- Por favor me mate, eu não agüento a... dor..., - ele desmaia.

Aquela sala servia de depósito de armas e munição, mesmo não sabendo atirar eu peguei um revolver calibre 38 e dei um tiro na cabeça do delegado.Com seu cérebro espalhado por toda a parede, sentei e comecei a chorar.Eu não podia acreditar que tinha matado um inocente, um ser humano, era diferente de ter que matar aqueles zumbis, eu ja estava quase desistindo de tudo.

- Eu não queria fazer isso,- digo Soluçando – eu apenas queria acabar com o sofrimento desse pobre homem.

- Você fez a coisa certa, - diz Thales procurando uma maneira de me consolar – A gente tem que pegar armas e munição pra sairmos daqui, levanta vai.

Thales nunca foi muito bom em consolar as pessoas, mas com um forte abraço ele transpassou segurança, e eu me levanto, ja enxugando as lágrimas.

- A gente primeiro tem que aprender a atirar e se preparar, - eu digo já recuperado do choque – cada um pegue uma arma e comece atirar na parede.

A quantidade de armamento era incrível, rifles sniper, shotguns, pistolas, e metralhadoras.Quem ia imaginar isso numa cidade pequena?.Parecendo umas crianças que estavam vendo um filme de ação,a gente pega as armas de nossos gostos, e começamos a estuda-las, para saber como usa-las, pois em batalha um erro seria fatal.

O primeiro a pegar uma arma foi Lucas, um rifle winchester. Logo que começou a atirar não pareceu ser tão difícil, ele se saiu muito bem.Dando uma risada bem alta, e pela primeira vez, desde que o apocalipse começou, ele se senta.

Depois Guilherme pega uma metralhadora Mp5, ele quase nos acerta devido ao recuo da arma, mas logo pega o jeito.Sentando em um canto, ele começa a cantar baixinho, talvez pensando em sua família e namorada.

Thales pega um rifle sniper PSG-5, o primeiro tiro quase desloca seu braço, mas logo ele já estava acertando uma mosca na parede.Com um olhar perdido,Thales olhava pra rua, angustiado pelas perdas que ele poderia sofrer.

Chuck pega duas pistolas glock e descarrega seus pentes na parede.Tiros tão perfeitos que pareciam que ele sabia como usa-las, ele estava nos escondendo algo, como sempre, mas ele mantinha o controle mental.

Eu pego uma calibre 12, remington 870.Eu imaginei o estrago que faria naqueles zumbis pelo buraco enorme que abri na parede, meu braço quase foi arrancado fora, depois de um tempo eu segurei com mais força e ja estava pronto pra explodir a cabeça daqueles seres fétidos.Eu estava a ponto de explodir, eu queria minha família, ja não aguentava mais aquela situação.

- Todos prontos?, - eu digo vendo que eles estavam mais tranqüilos- temos que sair da cidade.

Antes de sairmos meu celular começa a tocar, eu atendo e levo um susto

- Do...do...glas.., nos aju...de..., - susurrava uma voz que parecia familiar- es...ta...mos no ba...nhei...ro da es...co...la...

- Essa voz..., é da Carol!!,- grita Guilherme pulando de alegria – a gente tem que fazer alguma coisa.

- Vamos todos voltar a escola, - eu falo apontando pra rua – estamos armados o suficiente pra derrubar qualquer cadáver que aparecer.

Todos já estavam prontos e por sorte estávamos com nossas bolsas, jogamos nosso material fora, e enchemos com munição de todo o tipo.

Ao sair a rua um grupo perto de uma papelaria se alertou e veio pra cima da gente, em uma fração de segundos mais de trinta corpos estavam amontoados no chão, aqueles disparos ensurdecedores atraíram muito atenção.Descendo rua abaixo, e matando qualquer coisa que passasse na nossa frente, chegamos a frente da escola, estava tudo quieto, o suor escorria por nossas faces, foi quando entramos e vimos uma multidão de mortos tentando entrar no banheiro feminino.Guilherme assovia e atrai a atenção da multidão, que com gritos ensurdecedores vem nossa direção com um ódio terrível em seus olhos.

A escola era grande, uma construção antiga e talvez a primeira escola da cidade, sua quadra grande onde eu adorava jogar futebol, estava sendo reformada, com cerca de 13 salas de aula, era uma construção que tomava conta de um quarteirão inteiro.

- Dêem a volta, eu distraio esses desgraçados, - diz ele disparando contra aqueles zumbis.Dava pra ver o ódio no olhar de Guilherme, ele estava de alguma forma anestesiado daquilo tudo, ele não tinha mais aquele medo que mostrava na delegacia, ele talvez viu que o medo não adiantaria de nada, e só traria a morte dele.

Entrando pela biblioteca, que estava toda revirada, atravessamos e passamos por um buraco no muro que por sorte ainda não tinha sido consertado, chegando pelos fundos da escola, vimos Guilherme derrubar qualquer coisa que se aproximasse, a velocidade com que ele recarregava sua arma nos levava a pensar que ele já manejava a anos.

- Lucas, ajuda ele, - eu grito.

Lucas vai pra cima dos cadáveres e a cada disparo um corpo vai ao chão.Dava pra ver uma lágrima rolando de seu rosto, ele estava mantendo a calma, mas nunca tinha enfrentado uma situação daquelas.

Num chute Thales derruba a porta do banheiro que estava quase destruída e as encontramos em um canto, encolhidas de medo. Quando nos viram as duas nos abraçaram fervorosamente.

- Você voltou pela gente.., - diz Carol enquanto desabava em prantos.Eu conheço Carol a nove anos e ela é uma grande amiga, uma menina doce e com um olhar assutado, um pouco baixinha, mas de certa forma corajosa, sempre usando o uniforme da escola e uma calça jeans básica e seus cabelos lisos e castanhos, que agora estavam manchados de sangue, sangue que não era dela.

- Que merda é essa que ta acontecendo, - diz Eloísa assustada.Eloísa sempre foi meio doida, eu a conheço desde a 5ª série, seus cabelos ondulados e quase pretos, e um óculos que estava com uma lente trincada, uma calça jeans rasgada no joelho, ela era corajosa e não tinha medo de nada, até aquele momento.

- Não tenho tempo pra explicar agora, - eu digo.

Empunhando nossas armas a gente extermina todos aqueles zumbis.Eu amarro um lenço em meu braço tentando esconder a mordida que levei.

Todos estavam prontos para sair, quando do teto da escola, surge uma criatura, ela era diferente das outras, era maior e mais rápida.

- Mas o que é isso, - eu digo olhando para aquela coisa horrenda.

Termino de falar e ela solta um urro e corre na nossa direção.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Capitulo 2 – O começo

Eram seis da tarde e Guilherme estava se arrumando pra ir a escola, estava cansado de tudo aquilo, não sabia mais o que fazer, brigas com a mãe, a namorada, enfim, ele só queria dar um fim naquilo, pegou sua bolsa sem se despedir de ninguém e saiu correndo.Os seus pequenos óculos sempre bem limpos, o cabelo espetado e com um topete invejável, ele sempre amou seus amigos, odiava ser incomodado e ficava muito bravo com brincadeiras fora de hora, sua inseparável camiseta do Ozzy e seu coturno preto o deixava mais assustador ainda, e desde que começou a namorar, seu coração se amoleceu de alguma forma.

-Acho que hoje não vou a escola, - diz ele enquanto uma lagrima corria no canto de seu rosto- Não, é melhor eu ir,estar com os amigos me ajudara a ficar melhor.

Chegando perto da escola ele viu um clarão saindo do telhado de uma casa, pensou ser uma explosão, mas ignorou e entrou na escola.

O relógio marcava quatro da tarde, enquanto no sitio vozes de alivio eram ouvidas.

-Finalmente terminei por hoje, - diz Thales enquanto se preparava pra ir pra casa – Vem pai, esta na hora de irmos.

Mal sabia ele que nunca mais poderia ver seu pai. Se arrumou pra ir a escola, sempre com um sorriso no rosto, e la ficou esperando o ônibus aparecer, chegando o ônibus ele entrou e viu que estava vazio.Com um coração que não cabia em seu peito, Thales sempre foi um garoto trabalhador, nunca faltava a escola e quando ia ja abria um sorriso ao nos encontrar , seu cabelo penteado para traz dava ainda mais volume, mesmo parecendo curto, trajando sempre seu uniforme ele adora jogos de RPG e ouve um rock bem pesado, ele presa muito suas amizades e sempre que ser alguem melhor na vida.

- O que aconteceu, ninguém vai a escola hoje?- diz ele estranhando tudo aquilo

- Não sei o que aconteceu, todos aqui nas redondezas estão com algum tipo de febre, - fala o motorista limpando seus óculos.

O caminho até escola ocorreu normal sem grandes acontecimentos, ele entra na escola imaginando ser uma noite produtiva.

Lucas acaba a ultima peça, um anão de jardim feito a gesso com um bonito chapéu azul.

- Ufa, acho que vou dormir na escola hoje, - diz ele caindo na risada- Você vai hoje Luigui?

- Acho que não, Tem jogo do Palmeiras e não quero perder.

- Então eu já vou indo, até amanhã então.Será que o amanhã existiria mesmo?

Lucas era um garoto que cresceu ouvindo rock, influência de seus pais, ele tinha muitos amigos, mas o verdadeiros ele contava no dedo, um amigo muito fiel e que faria de tudo por eles,porem tem um temperamento forte e não gosta de ser contrariado, e depois do término de namoro com sua primeira namorada, ele ficou mais recluso e parecia esconder algo da gente, algo que o machucava muito.Seu cabelo bem repartido ao meio combinava com seus olhos castanhos, o que o deixava com um estilo bem maneiro.

Chegando em casa ele se apronta e vai a escola, antes de entrar ele vê o que parece ser uma pessoa gritando e entrando em uma casa. Considerando o fato de ser apenas uma brincadeira de alguém ele entra.

-Vinícius, pegue aquela caixa de roupa e você já pode ir, - diz o encarregado da loja de roupas.

O verdadeiro nome de Chuck era Vinícius, ele ganhou esse apelido á muito tempo e desde que eu o conheço não sei o motivo.Ele sempre foi um ótimo amigos, muito observador, porém enigmático, nunca nos mostrou quem ele realmente era, algo em seu passado não o deixava confiar muito nas pessoas, com um topete modesto em seu cabelo, ele lembrava muito seu pai, um senhor simpático de olhos verdes.Chuck possui um grande coração e parece não se assustar muito fácil.

Está tarde, acho que não vou na escola, vou ficar jogando, - diz ele enquanto entra no ônibus pra ir pra casa.

Chegando em casa vinte minutos antes do sinal da escola, ele decide entrar na segunda aula e já senta na frente do computador, mas após algum tempo alguma coisa o faz se trocar rapidamente e correr pra escola.

- Nossa, o que será essa vontade de ir a escola? – ele diz estranhando.

No caminho ele viu um cão em uma casa, o medo estava tomando conta daquele pobre animal, tentando desesperadamente morder o portão pra sair, ele com dó abriu o portão devagar, o cachorro pulou em cima dele e abocanhou sua bolsa, então ele sai correndo gritando rua abaixo.

- Cachorro mal agradecido, eu ajudo ele e sou atacado, - diz ele praguejando o cão.

Ele então finalmente entra na escola.

Eu sempre fui fanático por filmes de terror, principalmente de zumbis, quando falava que o apocalipse iria acontecer por causa desses mortos meus amigos caiam na risada.Comecei a ouvir rock por influência de meus amigos, e aderi ao estilo, sempre usando camisetas de minhas bandas favoritas, meus cabelos loiros e meio despenteados combinam com meus olhos verdes.Sempre adorei sair com meus amigos, na verdade, eu morreria por eles, e ainda sentia por uma pessoa ter me feito sofrer no passado, então finalmente encontrei algo pelo que lutar.

Correndo o máximo que eu podia com aquelas criaturas atrás de mim eu entro em uma casa escura, no meio da mata, finalmente sou cercado e me dou por vencido, eles pulam em cima de mim.

- Nossa, que sonho estranho, - digo eu me levantando do chão, e me recuperando do tombo do sofá – Aii meu braço, maldição!!!

Eu estava desempregado á algum tempo, e tudo o que eu fazia era dormir ou jogar, mas nunca antes havia tido um sonho tão aterrorizante.Olhei para o relógio e vi que eram seis e meia.

- Caramba, dormi demais, - e num salto corro pro quarto – tenho que correr pra não me atrasar pra escola.

Chegando na escola um rosto me da observa da janela na casa em frente a ela, eu chego perto e não vejo nada, aquela casa estava abandonada a muito tempo, eu entro na escola pensando ser coisa da minha cabeça.

- Olha só quem eu vejo, - diz Lucas com um sorriso e me estendendo a mão.

- O que foi, já estava com saudades de mim?, - eu digo apertando sua mão.

Ele me da um soco no braço.Aquilo doeu de verdade.Entramos na classe e pouco a pouco os alunos vão chegando, inclusive meus amigos.

Aquelas três aulas pareciam nunca mais passar, eu queria que chegasse logo o recreio. Eu dei uma cochilada sem querer e acordei com o sinal do recreio.

- Vai ficar ai dormindo?, - Diz Carol me puxando pelo braço.

No recreio como sempre todos se juntam e começam a conversar, Guilherme, Lucas, Thales, Chuck, Eloísa, Carol e Eu.

- Eu e a Eloísa vamos no banheiro,a gente já volta, - Diz Carol abraçando a outra.

Quase no final do recreio ouvimos um grito muito alto, um garota sai do banheiro e seu pescoço estava dilacerado, ela gritava e chorava muito e cai sobre os meus pés, eu pulo pra trás e vejo no fundo da escola alguns alunos pulando sobre outros e outros correndo na nossa direção.

- Rápido, vamos sair daqui, eles não parecem nada amigáveis, - eu grito.

Todos me seguindo, a gente esbarra e um professor, eu ia perguntar o que estava acontecendo, mas ele avança pra cima de Chuck o derrubando e tentando morder seu pescoço, eu tiro uma caneta do bolso e cravo em seu pescoço ele começa a gritar corre para a multidão logo atrás da gente.

- Vocês quatro, vamos pra sala dos professores!!!

A barulho da porta se fechando me deixou aliviado.Por Enquanto.